Uma coisa é certa: independentemente do modelo de negócio, da forma como se gere ou do tamanho do empreendimento, a meta é sempre obter lucro. É ele que mantém a saúde financeira de qualquer empresa, que assegura os empregos e o crescimento. Assim, visar lucro, mais do que desejo, é uma necessidade. Mas você sabe como calcular lucro?

Como você vai ver neste artigo, trata-se de um cálculo relativamente simples, mas com uma série de nuances. Uma delas é compreender que, mais do que saber como calcular lucro, é preciso saber chegar à margem que ele representa em relação a toda sua receita. Porque isso sim dá um desenho melhor de como andam os negócios.

A margem de lucro pode ser calculada por diversas frentes, mas em geral a mais importante é aquela que representa o lucro líquido. Nesse casos, todos os custos inerentes ao seu negócio já foram diluídos, e o resultado final apresenta quanto, de fato, você está ganhando.

Como calcular lucro

O que é lucro e margem de lucro?

Antes de mostrarmos como calcular lucro de sua empresa, vamos nos aprofundar um pouco mais nos conceitos.

Em linhas gerais, lucro é a diferença total de uma venda menos todos os custos que se relacionaram a ela. Mas essa diferença só recebe esse nome se o valor final for positivo. Afinal, quando o valor de venda não supera o dos custos, tem-se um prejuízo.

Apesar de esse ser um conceito simples e básico, ele serve como ponto de partida para calcularmos a nossa margem de lucro. A margem é um percentual do resultado final – lucro ou prejuízo – em comparação à receita total.

Usar o cálculo percentual em vez do valor puro e simples é importante porque a margem de lucro evidencia de fato se os negócios vão bem ou não. Ela permite que se compare resultados de grandes corporações aos de pequenas empresas.

Pense, por exemplo, em duas empresas que produzam e vendam sucos em caixinha. Uma tem mil funcionários e negocia grandes volumes da bebida a varejistas do país todo. A outra tem 20 empregados e vende sua produção a uma rede de mercados local.

Nesse caso, não é difícil deduzir que a maior companhia tenha uma receita muito maior do que a da empresa de menor porte. Mas ela não necessariamente terá resultado final melhor do que a pequena.

Ainda que os valores envolvidos sejam muito discrepantes, é possível que a margem de lucro da empresa com apenas 20 empregados seja de 20%, enquanto que a que conta com mil colaboradores tenha margem de 5% ou 10%.

Essa comparação é ainda mais interessante de se fazer quando se analisa empresas de porte semelhante, porque permite que você tenha um retrato melhor de seu desempenho.

Como calcular lucro?

O cálculo do lucro é relativamente simples. Afinal, para saber quanto se teve de lucro ou prejuízo num negócio, basta ver a diferença entre o que se gastou e o que se recebeu.

Essa diferença, no entanto, não dá uma dimensão exata de qual foi o lucro que tivemos. Porque o número por si só não considera as grandezas. Por exemplo, R$ 1 mil de lucro é um montante muito bom se os custos foram de R$ 500, mas seria irrisório se os custos associados chegaram a R$ 950.

Por isso, mais importante do que calcular o lucro é calcular sua margem. A margem de lucro dará uma resposta em percentual, o que deixará tudo numa melhor perspectiva.

Assim, primeiro deve-se pegar a receita total e retirar dela todo os custos. O resultado deve ser dividido pela receita, e posteriormente multiplicado por 100 para que se chegue à percentagem que representa a margem.

Num exemplo simples: imagine que sua receita foi de 100, e seus custos totais foram de 50.

Receita total = 100

Custos totais = 50

Nesse caso, tempos que o lucro é de 50. Colocando na fórmula da margem de lucro, temos:

Margem de lucro = (50/100) x 100 = 50%

O cálculo básico é esse, mas é preciso ficar atento porque há diversas variáveis a se considerar na hora de se saber como calcular o lucro. A primeira delas é: de qual lucro estamos falando? Bruto? Operacional? Líquido?

Vejamos cada um deles.

Margem de lucro bruto

O lucro bruto é aquele que considera quanto se obteve de retorno financeiro levando em conta apenas os custos de produção.

Para se chegar a ele, você deve calcular a diferença entre os custos do seu produto e a receita auferida com a venda dele.

Suponha, por exemplo, que um lote de produtos da sua empresa tenha custado R$ 70 mil para a produção, e a receita da venda tenha chegado a R$ 100 mil. Numa conta simples, você obteve lucro bruto de R$ 30 mil.

No entanto, como dissemos anteriormente, o uso do valor absoluto pode não dar um retrato claro sobre o resultado financeiro. É preciso se chegar à margem de lucro bruto.

Considerando a fórmula que define a margem, devemos dividir R$ 30 mil (lucro) por R$ 100 mil (receita total), que dá 0,3. Multiplicando-se por 100, temos que a margem de lucro bruto foi de 30%.

Margem de lucro operacional

Ainda que a margem de lucro bruto seja uma métrica importante de se calcular, ela está longe de representar tudo o que inclui o seu negócio. Há custos associados à empresa que afetam a lucratividade das suas vendas.

No exemplo que demos há pouco, o custo de fabricação do lote foi de R$ 70 mil, mas há outros gastos que se ligam diretamente a ele e que não foram calculados. Por exemplo, o aluguel do espaço onde você produz sua mercadoria. Ou a depreciação do maquinário. Ou, ainda, as despesas do cotidiano do seu negócio.

Esses são os chamados custos operacionais, inerentes a qualquer negócio. Um custo operacional alto, contudo, pode diminuir muito sua margem de lucro – e é exatamente por isso que ele precisa sempre ser calculado.

Mantendo o exemplo, vamos supor que os custos operacionais para a produção daquele lote de produtos chegaram a R$ 4 mil. Esse valor, então, deve ser acrescido aos R$ 70 mil consumidos na produção.

Descontando os R$ 74 mil dos R$ 100 mil de receita, o lucro operacional será de R$ 26 mil, que aplicados na fórmula mostrarão que sua margem foi de 26%.

Como calcular lucro

Margem de lucro líquido

De todas as métricas envolvendo margem de lucro, esta é a que dá a melhor dimensão da saúde financeira de sua empresa. Nas grandes empresas que ofertam ações na bolsa de valores, a margem de lucro líquido é considerada por investidores na hora de decidir por comprar papeis da empresa.

Seguindo com o exemplo já citado anteriormente, vimos que a margem de lucro bruto considera apenas a diferença que se conseguiu após a venda do lote de produtos, e que a operacional considera ainda os custos de produção. Mas, se você é empresário, sabe que os gastos não param por aí.

Além dos custos de operação, há ainda impostos sobre faturamento, encargos sobre folha de pagamento, despesas com pessoal administrativo e por aí vai.

Em outras palavras, a margem de lucro líquido precisa considerar absolutamente todos os custos inerentes ao funcionamento da empresa, uma vez que esse valor necessariamente sairá da receita auferida.

Assim, para se chegar à margem de lucro líquido, é preciso descontar do lucro bruto todas as despesas – sejam elas fixas ou variáveis – e impostos.

O cálculo, a partir daí, é o mesmo: receita final menos as despesas. O resultado deve ser dividido pelo total das receitas e, ao final, multiplicado por 100 para se chegar à percentagem.

Suponha que os custos com aluguel, transporte, luz, água e telefone, impostos sobre a venda, tributação da folha de pagamento e outros seja de R$ 25 mil. Esse valor precisa ser somado aos R$ 70 mil de custo de produção.

Aplicando na fórmula, teremos R$ 100 mil (receita bruta) menos R$ 95 mil (soma total de custos e despesas), dividido por R$ 100 mil (total da receita). O resultado final será um lucro líquido de R$ 5 mil, cuja margem líquida equivale a 5%.

Como calcular lucro e margem no Excel?

Até aqui mostramos como se fazem os cálculos de lucro e margem de lucro do jeito tradicional – ou, pelo menos, que era tradicional até pouco tempo. Atualmente, ganha-se em tempo utilizando as planilhas do Excel ou do Google.

As planilhas, contudo, não invalidam a necessidade de se conhecer a maneira de calcular. Afinal de contas, elas nada mais são do que uma ferramenta para se aplicar o conhecimento. Ainda que elas façam os cálculos, os parâmetros quem dá é você.

Mas o uso de planilhas traz algumas vantagens, sendo a principal delas o fato de poder replicar o mesmo cálculo infinitas vezes.

Para utilizar a ferramenta, basta abrir um arquivo e dividi-lo em cinco colunas: Período (A1), Receita (B1), Custos (C1), Lucro (D1) e Margem de Lucro (E1).

A coluna Período serve para você identificar a qual recorte de tempo você quer calcular (por exemplo, mês de junho); na Receita, você digita o valor auferido, e na coluna Custos os gastos.

Na célula “lucro”, você só precisa acrescentar a fórmula de subtração para calcular a diferença entre Receita (B2, B3, B4…) e Custos (C2, C3, C4..). A fórmula é simples: basta incluir um sinal de = (igual) e selecionar as duas células (por exemplo, B2-C2), que o resultado sairá automaticamente:

Já na célula Margem de Lucro, a fórmula a se utilizar é = (igual) ao resultado da coluna do lucro (D2, D3, D4…) dividido pelo receita daquele período (coluna B). O resultado também sairá automaticamente, mas por fim será necessário clicar no ícone que transforma o resultado automaticamente em porcentagem:

Calculadoras online

Alternativamente, diversos sites na internet oferecem ferramentas que fazem o cálculo do lucro automaticamente para você. Para tanto, basta incluir os valores que o sistema apresenta o resultado na velocidade da internet.

Há também opções mais interessantes. Alguns sites permitem baixar planilhas prontas para cálculos de lucros e outras métricas. Essas planilhas são mais interessantes porque permitem que se acrescente mais dados, salvando cópias para manter um histórico.

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Existe uma margem de lucro ideal?

Obviamente, quanto maior for a margem de lucro, melhor. Mas não existe um número mágico, e por isso a margem de lucro ideal precisa sempre ser colocada em perspectiva.

Empresas que atuam em segmentos diferentes tendem a trabalhar com margens de lucro diferentes. Uma margem de 5% pode ser ótima para um setor e péssimo para outro, dependendo de como se dá a expansão dos negócios ou como o dinheiro é reinvestido.

Por isso, a melhor maneira de se saber o que é uma margem de lucro ideal é comparar a da sua empresa com a média de outras do mesmo ramo.

O Sebrae, por exemplo, considera que uma margem de lucro entre 6% e 8% já é bem interessante quando se fala em indústria. Para atacadistas, essa média varia entre 4% e 6%. No comércio, a média ideal é maior, entre 10% a 15%. No setor de serviços, uma margem de lucro ideal é aquela que atinge pelo menos 20%.

Esses números, porém, são baseados em números gerais. Ainda que representem empresas da mesma área de atuação, as peculiaridades de cada negócio devem ser levadas em conta.

Empresas consolidadas no mercado muitas vezes podem trabalhar com margens menores, enquanto novos empreendimentos eventualmente necessitem de números melhores para se manter. Cabe a cada gestor definir.

E se minha margem de lucro estiver ruim?

Se os ganhos contabilizados pela sua empresa estiverem baixos ou, na pior das hipóteses, você estiver tendo prejuízo, é hora de rever alguns pontos.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro que isso é algo relativamente comum. Não quer dizer que seu negócio esteja fadado ao fracasso, mas sim que é preciso recolocá-lo nos trilhos.

Vale ressaltar também que devemos sempre calcular a margem de lucro a partir da receita, e não dos custos. Se você fizer ao contrário, terá resultados aparentemente melhores – e enganosos.

Margens de lucro insuficientes são indicativos de que alguma parte do processo não está sendo avaliada corretamente. Veja onde reavaliar.

Como calcular lucro

Custos

Os custos inerentes à produção fazem parte das despesas fixas e têm impacto direto no lucro. Por isso, estar atento a eles é fundamental.

Buscar parceiros e fornecedores mais vantajosos é um primeiro grande passo para reduzir as despesas. Não se trata de diminuir a qualidade da matéria-prima, mas sim procurar por quem ofereça melhores preços ou condições de pagamento.

O mesmo vale para o aspecto logístico, e isso tanto no que se refere aos seus fornecedores, quanto para quem você vende. Distâncias sempre se refletem no preço, e nesse caso ou você estará pagando diretamente pelo frete, ou terá esse custo diluído no valor final.

Um bom exemplo disso pode ser visto nas montadoras de veículos. Em geral instaladas em áreas mais afastadas, essas empresas costumam atrair outras para o seu entorno, como fabricantes de pneus. Isso acontece porque a proximidade é interessante para as duas pontas, uma vez que não há custos com frete e a margem de lucro não é afetada por isso.

Precificação

Definir o preço de venda de um produto é fundamental para garantir a saúde financeira de uma empresa. Afinal, os lucros e prejuízos passam diretamente pelos valores que se cobram por um produto ou serviço.

A definição de preço de produtos e serviços não deve ser feita meramente na base do achismo, mas sim se amparar em algumas variáveis.

Para além de cobrir os custos de produção, o preço precisa gerar lucro, ter vantagem competitiva e ser visto como justo pelo público-alvo.

É por isso que simplesmente se basear no preço cobrado pela concorrência pode ser um erro fatal. Os custos operacionais de seu concorrente podem ser diferentes e ele pode trabalhar como uma margem de lucro distinta da sua.

Assim, na hora de se definir o preço de seu produto, o primeiro passo é definir qual é o ponto de equilíbrio, aquele em que seus custos irão se equivaler às receitas. Tudo o que estiver acima do ponto de equilíbrio irá representar lucro. A meta é chegar nisso.

Tenha um mix de produtos

Muitas vezes é difícil conseguir uma boa margem de lucro com algum produto específico, mas é possível compensar em outros que sua empresa oferece.

Isso não quer dizer que você deva deixar de vender produtos menos lucrativos – talvez compense na quantidade, talvez ele funcione como chamariz para outros. A vantagem de se trabalhar com um mix de produtos é que você pode dividir a margem ou mesmo incluí-los num pacote para se fazer cross-sell, por exemplo.

Um bom exemplo de como a variação de produtos pode fazer toda a diferença está nas pizzarias. Você já reparou que muitos sabores têm preço semelhante, ainda que certamente há variação de custos para a sua produção? Isso acontece justamente para garantir um equilíbrio na margem de lucro. E provavelmente a pizzaria teria pouco apelo de público se investisse apenas nos sabores mais lucrativos, não concorda?

Tenha um diferencial no mercado

Imagine que sua empresa seja nova no mercado, e em especial numa região onde já existem outras que vendam produtos semelhantes aos seus. O que você faria para convencer um potencial cliente que o que você oferece é melhor do que o dos seus concorrentes?

Ter uma diferenciação no mercado pode fazer muita diferença na hora das vendas. Um preço competitivo, uma vantagem na negociação.

Criar boas estratégias de marketing – o gatilho da escassez tem bons resultados -, programas de fidelização ou outras formas de ampliar vínculos com seus atuais clientes pode ajudar a vender mais.

Como calcular lucro

Controle seu estoque

Há muito tempo atrás, ter grandes estoques era visto como sinal de saúde financeira, mas isso ficou no passado. E o motivo é simples: produto parado é dinheiro parado. Pior: dinheiro que já foi gasto.

Em geral, grandes quantidades de produtos em estoque representam perda financeira. Uma delas diz respeito ao próprio espaço: a área que está sendo usada para guardar material poderia estar sendo aproveitada para outros fins, como a própria produção.

Material parado também significa que ou se produziu demais e se vendeu de menos, ou então que se adquiriu matéria-prima para além da capacidade de produção ou vendas. Nos dois casos, o dinheiro não foi bem empregado.

Há, claro, algumas exceções: às vezes um estoque muito grande pode ser resultado do aproveitamento do câmbio favorável ou por negócios de ocasião. Ainda assim, quase sempre é uma aposta – vale lembrar que ninguém no mundo previu uma pandemia, e por isso mesmo ela impactou negócios de todos os tamanhos.

Assim, aumentar a margem de lucro passa por ter os estoques em dia. Comprar a matéria-prima na hora certa e não deixar seu produto parado por muito tempo é fundamental. Dessa forma, o controle de fluxo de caixa é melhor, assim como o controle das margens de lucro.

Considerações finais

Já abordamos em outros artigos sobre a importância de se estar atento a todas as métricas. Conhecer como está o andamento das conversões, por exemplo, ajuda a encontrar gargalos nas vendas. E as vendas, no fim das contas, são o fator que irá garantir as suas receitas.

Boas vendas representam boas receitas, mas uma receita alta não significa, necessariamente, um lucro alto. Às vezes os custos de produção, de logística, com pessoal ou com tudo que está associado ao seu negócio corrói o seu lucro. E isso é um problema.

É justamente por causa disso que estar atento às margens de lucro é fundamental. Ter um retrato fiel de como as suas vendas estão refletindo para se ter um resultado financeiro satisfatório é o que permite que sua empresa caminhe com segurança e projete o futuro. Por isso, saber como calcular lucro é básico. E é isso que fará você buscar resultados ainda melhores.

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